31 de outubro de 2022

Como estabelecer uma boa relação médico-paciente

Estabelecer uma boa relação entre médico e paciente vai muito além da anamnese, da prescrição de medicamentos e dos exames físicos, pois envolve responsabilidade e confiança. Da mesma forma, a sensibilização e a empatia do profissional de saúde também são pontos de extrema importância para a manutenção dessa relação.

Além de questionar o paciente com o objetivo de chegar a um diagnóstico, é necessário que o médico se importe com quem está relatando os sintomas, suas condições sociais e até mesmo culturais. Em meio aos avanços na tecnologia – que facilita o trabalho dos profissionais de saúde –, é importante não deixar de lado o cuidado humanizado.

O valor da relação médico-paciente
É muito provável que você já tenha presenciado situações em que o paciente chega ao consultório, senta-se na cadeira e começa a falar da própria vida, dos seus problemas ou da família. Isso acontece porque o encontro com o médico serve como uma espécie de “terapia” para muitas pessoas, visto que encontram na figura do profissional de saúde alguém para ouvi-las com atenção e respeito.

Conforme mencionamos anteriormente, esse tipo de relação deve ser baseada em responsabilidade, reciprocidade e confiança. Pesquisas indicam que no Brasil a qualidade do atendimento é o principal critério seguido pelos pacientes no que diz respeito à escolha de um profissional para atendê-los. Além disso, a falta de uma abordagem cuidadosa e humana é, de acordo com o levantamento, a principal queixa de 37% das pessoas.

A medicina humanizada, por sua vez, refere-se a "uma proposta de atendimento médico diferenciada, que coloca as necessidades dos pacientes em primeiro lugar. Assim, não depende apenas dos médicos, mas de toda a equipe que interage com os pacientes”. Essa proposta foi implementada aqui no Brasil, pelo Ministério da Saúde, no início dos anos 2000 com o objetivo de mudar o foco do atendimento de saúde pública da doença para o paciente.

Como estabelecer uma boa relação médico-paciente?
A seguir, algumas medidas que podem ser utilizadas para melhorar a relação médico-paciente.

Aposte em um atendimento humanizado
O atendimento humanizado visa tirar o foco da doença e prezar pelas necessidades do paciente. Sendo assim, para quem deseja mudar a cultura para uma assistência humanizada, esse é o primeiro passo. 

Escute o paciente com atenção
Ouça aquilo que o paciente está relatando e não deixe de fazer perguntas precisas durante a consulta. Procure conhecer o paciente para entender suas queixas, dores e sintomas. Além disso, preste bastante atenção: muita coisa pode não ficar aparente na fala, no entanto, uma boa observação é capaz de dar indícios sobre quais caminhos seguir.

Explique o diagnóstico de forma facilitada 
Nenhum paciente está interessado em termos técnicos. Da mesma forma como nem todo médico compreende palavras do vocabulário específico do mundo jurídico, por exemplo. Lembre-se  de que nem todo paciente conhece nomes de sintomas, doenças, procedimentos médicos, etc.

Portanto, sempre explique o diagnóstico da forma mais simples possível e procure traduzir as informações para o vocabulário do paciente para que este compreenda o diagnóstico, assim como os próximos passos do tratamento.

Evite atrasos
Seja de forma presencial ou remota, a consulta tem horário marcado. Isso significa que o paciente precisa se organizar para chegar no horário, visto que muitas vezes é necessário sair da escola ou do trabalho. Chegar no consultório ou entrar na sala virtual no horário marcado e ter que esperar pelo médico mostra que o profissional não está respeitando o compromisso e o tempo do paciente.

Faça um acompanhamento próximo e constante
Por último e não menos importante, aqui é válido ressaltar que a consulta não se encerra quando o paciente sai do consultório. O atendimento humanizado também preza por um acompanhamento mais próximo do paciente, o que inclui o retorno pós-consulta, além dos encaminhamentos, sejam eles terapêuticos ou para exames de imagem/laboratoriais.

Neste aspecto, a Telemedicina pode contribuir bastante, uma vez que a possibilidade de fazer tudo a distância e com muita rapidez permite uma troca de informações bastante dinâmica entre as instituições de saúde, além de facilitar a interação entre os profissionais. 

Idosos, mulheres com gravidez de risco e doentes crônicos também se beneficiam, considerando que o acompanhamento desses pacientes não exige deslocamento e pode ser feito com muita frequência, engajando cada vez mais o paciente no seu tratamento.

Conclusão
À medida que as boas práticas de atendimento humanizado se tornam rotineiras, espera-se que os pacientes desenvolvam uma relação de mais confiança com seus médicos e se sintam bem à vontade para relatar sintomas e buscar orientação. Isso ajuda a tornar o próprio serviço ainda mais assertivo, pois a colaboração permite uma reciprocidade cada vez mais interativa e profunda.

No contexto atual, onde hospitais e clínicas estão amplamente permeados pela tecnologia, é importante ressaltar que nenhuma inteligência artificial, por mais avançada que seja, pode substituir o olhar humano. O paciente muitas vezes pode apresentar queixas para além dos exames de rotina. Sem o olhar humano, o diagnóstico tende a ser muito mais difícil.

Tudo isso se aplica tanto à consulta presencial quanto ao atendimento on-line. Os encontros remotos não devem ser um obstáculo para a realização de uma boa consulta. Pelo contrário, trata-se de um canal que viabiliza um atendimento médico de qualidade para muitas pessoas.

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