Entenda as modalidades da Telemedicina

O termo "telemedicina" é utilizado para descrever a prática médica mediada por Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs), com o propósito de oferecer cuidados de saúde, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, gestão e promoção da saúde. Essa prática pode ocorrer tanto em tempo real, on-line (síncrona), quanto off-line (assíncrona).

Devido à sua natureza de assistência remota, a telemedicina amplia o acesso a muitos serviços de saúde que, para uma grande parcela da população, são considerados recursos escassos. O termo "telemedicina" tem sua origem no prefixo grego "téle", que significa "distância".

Embora tenha sido concebida em Israel, a telemedicina passou a ser muito utilizada nos Estados Unidos e em países europeus. Isso se deve ao considerável avanço que ocorreu desde o seu surgimento, por volta de 1950. 

A evolução da internet também possibilitou uma conexão mais frequente, rápida e acessível entre profissionais de saúde e pacientes.

A pandemia de Covid-19 destacou ainda mais a telemedicina, ao oferecer a oportunidade de prestar serviços de saúde a distância, garantindo a segurança tanto dos profissionais de saúde quanto dos pacientes. A telemedicina desempenhou um papel fundamental no atendimento de emergências e no monitoramento de pacientes em quarentena.

Quais são as modalidades da telemedicina?

Conforme estabelecido pela Resolução nº 2.314/2022, a telemedicina pode se manifestar por meio de sete modalidades, conforme descrito abaixo:

Teleconsulta: Consiste em consultas médicas não presenciais, intermediadas por TDICs, nas quais médico e paciente se encontram em locais distintos.

Teleinterconsulta: Envolve a troca de informações e opiniões entre médicos, com apoio de TDICs, podendo ou não contar com a presença do paciente. Essa modalidade é empregada para auxílio diagnóstico ou terapêutico, tanto clínico quanto cirúrgico.

Telediagnóstico: Refere-se ao ato médico realizado a distância, geográfica e/ou temporal, no qual gráficos, imagens e dados são transmitidos para obtenção de laudos ou pareceres por médicos qualificados na área pertinente ao procedimento.

Telecirurgia: Engloba intervenções cirúrgicas executadas remotamente, utilizando equipamentos robóticos e tecnologias interativas seguras.

Telemonitoramento (ou televigilância médica): Envolve a coordenação, orientação e supervisão médicas a distância para monitorar parâmetros de saúde e/ou doença, utilizando avaliação clínica e/ou aquisição de imagens e dados de dispositivos implantáveis nos pacientes.

Teletriagem médica: Implica avaliação dos sintomas do paciente a distância por um médico, visando regular encaminhamentos ambulatoriais ou hospitalares apropriados, inclusive a especialistas.

Teleconsultoria médica: É a prestação de consultoria mediada por TDICs entre médicos, gestores e outros profissionais, visando fornecer esclarecimentos sobre aspectos administrativos e ações de saúde.

A telemedicina já é uma realidade notável, trazendo benefícios substanciais à população. Na democratização do conhecimento médico, contribui por meio de bibliotecas virtuais, teleconferências e outras ferramentas de telecomunicação, beneficiando estudantes e profissionais em grande escala. O mesmo acontece na integração da telemedicina com a Robótica, como demonstrado pela telecirurgia, que possibilita procedimentos cirúrgicos mesmo distante do paciente.

Entretanto, é lamentável que o progresso ainda não tenha atingido uma igualdade plena, pois muitas regiões ao redor do mundo continuam enfrentando limitações, tanto de natureza econômica quanto de qualidade dos serviços de telecomunicação.

Esperamos que os avanços tecnológicos e regulamentares persistam, para que seja possível, um dia, levar Medicina de qualidade ao alcance de todos.