26 de abril de 2022

Quais são as diferenças entre telemedicina e telessaúde?

A tecnologia tem viabilizado diversas alternativas para o setor de saúde. A telemedicina e a telessaúde, por exemplo, são duas opções de atendimento que trouxeram inúmeros benefícios à população, especialmente a mais desassistida pela medicina tradicional, além de revolucionar a relação médico-paciente.

Da mesma forma que os recursos de Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA) são utilizados para simplificar processos e solucionar problemas que antes dependiam apenas da presença humana em áreas como controle administrativo e de materiais – como monitoramento de temperatura e rastreabilidade de medicamentos, por exemplo –, hoje, tanto a IA quanto a IoT podem ajudar os profissionais médicos na definição de prioridades.

Diante disso, e das mudanças e impactos trazidos pela tecnologia, é fundamental entender como a telemedicina e a telessaúde são aplicadas e vivenciadas na prática, bem como os conceitos subjacentes de cada uma.  

O que é a telemedicina e como funciona?
Simplificando, a telemedicina engloba toda a prática médica realizada remotamente. Exames e até cirurgias com controle remoto pelo médico estão inclusos.

No entanto, esse conceito é muito mais amplo, abrangendo dimensões que vão desde a entrega de informações clínicas e a interação entre a cadeia de prestadores de cuidados médicos de dentro do ambiente hospitalar até o alcance de locais remotos onde esses mesmos dados podem ser acessados.

A telemedicina, muitas vezes conhecida como eHealth ou saúde digital, é um conjunto de serviços e ferramentas integrados para a prestação de cuidados de saúde,  por meio da Internet. De acordo com a Healthcare Information and Management Systems Society – HIMSS, o objetivo desse método é melhorar as condições de atendimento ao paciente usando processos clínicos automatizados, como:

prontuário eletrônico (ePaciente);

saúde móvel (mHealth);

cloud computing;

big data;

medicina personalizada.

Se antes os hospitais usavam televisores para alcançar pacientes em locais remotos, hoje, com o avanço das tecnologias de comunicação e dispositivos móveis, esse contato entre médico e paciente, ou mesmo entre profissionais médicos, tornou-se mais simples e prático. Desde a introdução do telefone fixo e, mais recentemente, com o surgimento dos telefones celulares, e agora ainda mais rápido com a internet.

Sem esquecer, claro, o papel das healthtechs no desenvolvimento de tecnologias que tiram partido desses novos e avançados recursos de comunicação.

Áreas de atuação da telemedicina
Os recursos da telemedicina são de extrema importância para otimizar o tempo de atendimento, tanto hospitalar quanto clínico, além de reduzirem custos associados à realocação e logística, contribuindo assim para todas as áreas em que a saúde digital pode ser utilizada. Vejamos algumas:

Telelaudos
Uma grande vantagem da telemedicina é a possibilidade de emissão de laudos a distância, por meio de softwares que promovem o recebimento de diversos tipos de exame para que sejam avaliados por um especialista, como, por exemplo:

radiografia;

eletrocardiograma;

ressonância magnética;

tomografia;

ecocardiograma.

Além da agilidade, a emissão de telelaudos proporciona uma redução dos gastos com materiais de impressão dos exames, beneficiando não somente o paciente, mas mostrando ser um ponto positivo também para as instituições de saúde no que diz respeito ao aspecto financeiro, além de, é claro, reduzir o uso de materiais poluentes.

Para o paciente, isso pode significar um grande benefício, visto que reduz o tempo de detecção do problema e aumenta as chances de um tratamento com início mais rápido e eficaz.

Teleconsulta
A teleconsulta é outro grande benefício da telemedicina, pois permite o atendimento médico remoto, além de outros tipos de serviços clínicos, como triagem, acompanhamento e orientação do paciente.

As consultas também podem incluir a participação de outros especialistas por meio de uma videoconferência, seja para dar uma segunda opinião sobre o diagnóstico ou para discutir outras opções de tratamento.

Telecirurgia
Talvez um dos aspectos mais controversos da telemedicina seja a telecirurgia, que permite a realização de procedimentos invasivos por meio de um robô guiado remotamente pelo cirurgião responsável.

Apesar de haver divergências sobre o método, é uma opção importante nos casos em que há poucos especialistas habilitados para realizar o procedimento, podendo fazê-lo virtualmente por meio de telecirurgia, mesmo que estejam em outro hospital, cidade ou em outro país.

No entanto, a lei exige que um médico esteja presente durante todo o procedimento, para garantir que a cirurgia continue em caso de complicações. O software utilizado pelo hospital também deve ter sua segurança e qualidade de comando testadas para garantir que as informações sejam transmitidas corretamente.

Telemonitoramento
Por meio do uso do telemonitoramento, é possível monitorar os parâmetros de saúde de um paciente a distância. Ele está sendo tratado em um hospital, clínica ou em casa? Esse serviço é prestado com a utilização de equipamentos e dispositivos implantáveis ​​ou agregados responsáveis por medir os sinais vitais e transmitir os dados diretamente ao médico responsável por meio de dispositivos eletrônicos.

Por outro lado, para a correta instalação e controle do funcionamento dos aparelhos, a legislação exige a presença periódica de um médico.

Quais os princípios da telessaúde?
Podemos definir a telessaúde como um sistema que utiliza tecnologias da informação e comunicação (TICs) para prestar serviços de saúde a distância. Apesar de confundida com a telemedicina – que é, na verdade, um ramo da telessaúde –, trata-se de um campo mais amplo composto por subáreas que trabalham em conjunto para promover a saúde como um todo.

Trata-se, portanto, de uma nova maneira de pensar os processos de saúde, com o uso de tecnologias capazes de encurtar distâncias.

Entre as subáreas da telessaúde podemos destacar:

tele-educação sanitária ou tele-educação em saúde;

tele-epidemiologia;

redes de administração e gestão em saúde;

telemedicina.

Dessa forma, a telessaúde se destaca pela interação de profissionais de diversas áreas da saúde, que utilizam a tecnologia para facilitar a transferência de conhecimento através das barreiras físicas, permitindo o desenvolvimento de projetos de pesquisa multidisciplinares sem a necessidade de estar no mesmo espaço físico.

O que diferencia telemedicina e a telessaúde?
Tanto a telessaúde quanto a telemedicina são conceitos relativamente novos e, por isso, é comum confundi-los. No entanto, algumas distinções são cruciais para entender como cada uma funciona.

Enquanto a telemedicina é um subconjunto da telessaúde, que começou nos Estados Unidos na década de 1970 com o objetivo de fornecer assistência médica às áreas rurais, a telessaúde tem suas raízes no início do século XX, quando o rádio era o principal meio de transmissão de informações de saúde e serviços para a Antártica.

Alternativamente, enquanto a telessaúde engloba todos os tipos de serviços e informações relacionados aos diversos aspectos da atenção à saúde e promove ações por meio de recursos tecnológicos que possibilitam conferências, pesquisas e formação profissional, a telemedicina se distingue pela oferta de assistência médica direta, como consultas, cirurgias, monitoramento e emissão de diagnósticos. 

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